De além do muro da estrada. Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem. A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera. Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém. Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada. E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora, E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
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No sei o porquê hoje acordei com esse texto na mente, lembrei da interpretação da Flavinha na Peça teatral: "O Pequeno Circo Intimo do Amor", no sei explicar hoje u lembrei desse lindo texto. Talvez seja uma fase que eu tente me encontrar ou encontrar um amor. Coloquei um vídeo acima na interpretação da Maria Bethânia após uma musica dela. Espero que agrade alguém, queria que alguém sentisse o que sinto ao ler esse texto de Fernando Pessoa.
"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura.Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico." Nelson Rodrigues
Quem nunca meditou nunca se olhou no espelho. (Weverton Andrade)
"O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas, o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade, e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de seus personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem”.Plínio Marcos
Adoro esse texto, desde que a Flavinha declamou ele na peça eu sou apaixonada por ele!
ResponderExcluirGostei mto do blog!
Parabéns!
Beijos